quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tourada à portuguesa


Tem que ser mesmo MUITO "parvo" prá ser toureiro em Portugal. É claro que, por princípio, pressupõe-se um grande risco inerente ao trabalho. Mas a tourada portuguesa não é com capa vermelha, dando olé no touro e evitando-o.

É encarando, provocando, chamando o bicho pro confronto e – acredite se quiser – agarrando ele na unha.

Tem o toureiro que sofre mais (o mais parvo de todos), que é o que enfrenta o touro, leva a cabeçada no estômago e, agarrado nos chifres do bicho (a ponta é cortada), vai sendo sacudido enquanto os outros toureiros (uns 8), vão puxando o rabo, tentando agarrar no corpo e se pendurando no bicho até ele ficar imobilizado. Bingo!!! Tourada completada, ovação da platéia e saída estratégica do toureiro principal pro hospital, prá ver se dão jeito na hemorragia interna que tá rolando. Parece piada, mas é sério: a quantidade de toureiros que morre assim, por ruptura dos órgãos internos é grande. Ossos do ofício!!

Em julho fomos de trem à Serra da Estrela – não era a época certa para essa viagem, já que o must lá é a temporada de esqui no inverno – você sabia que tinha esqui em Portugal? Nem eu. Mas fomos lá no verão prá conhecer a região e as montanhas que são belíssimas. E provar o famoso queijo da Serra da Estrela in loco.

Na estação de Vila Franca de Xira, perto ainda de Lisboa, vimos a cidade toda enfeitada com fitas e bandeiras coloridas e cabeças de touro, serragem espalhada pelas ruas e o pessoal colocando barricadas nas portas das casas e prédios – aí entendemos que ia rolar um tête à tête das pessoas com os touros – sabe aquela farra em que soltam os bichos pela cidade e o pessoal sai correndo? Os que correm menos que os bichos, se ferram.

Pois é. No Brasil não temos esse “esporte” tão português, mas temos nossas modalidades de arrastão nas praias, nos túneis e nos engarrafamentos........

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