quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sant Jordi


Cheguei em Barcelona dia 23 de Abril. No hotel, ganhei uma rosa vermelha e quis saber o motivo: era dia de “Sant Jordi”.

“Diz a lenda que num reino havia um dragão que ameaçava a população. Para acalmá-lo, davam-lhe um animal – ovelha, vaca – por dia, para que o dragão não os importunasse. Quando acabaram os animais do reino, o rei juntou o povo e disse que eles iam ter que oferecer uma pessoa por dia ao dragão. Não vendo outra solução, todos concordaram. E assim foi, até o dia em que a filha do rei foi sorteada para o sacrifício. É claro que o rei quis barganhar com o povo, ofereceu ouro, cargos políticos, até contrato com a Petrobrás, mas o povo não aceitou. No dia seguinte, lá estava a princesinha, à espera do seu cruel destino, quando apareceu um cavaleiro que matou o dragão com sua lança; no lugar onde escorreu o sangue do dragão, nasceu um lindo roseiral. Sant Jordi (o corajoso cavaleiro) colheu a rosa mais linda e ofereceu à princesa, em sinal do seu amor.”

Por isso, no dia de Sant Jordi, as pessoas oferecem rosas vermelhas, umas às outras (e não apenas os enamorados).

No dia seguinte, visitando um claustro, havia uma fonte com uma escultura em bronze e meu marido perguntou: sabe quem é? Eu respondi que sim, que era o São Jorge, matando o dragão – São Jorge - dragão – dragão – Sant Jordi???!!!???

Pois!!!  Sant Jordi é o nosso São Jorge, aquele que “mora na Lua” (acho que o casamento com a princesa não deu muito certo não)!!!

Bom, fui pesquisar na Wikipedia e São Jorge é o santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia e Moscou. Dia 23 de Abril é o dia da sua morte.

De acordo com a tradição, ele foi um padre e soldado romano no exército do Imperador Deocleciano. São Jorge é um dos santos mais venerados na Igreja Católica Romana, na Ortodoxa e na Anglicana, assim como na Umbanda, e é imortalizado no conto em que mata o dragão.

Existem várias versões deste conto – uma outra, que conta mais ou menos a mesma estória do dragão ameaçando a cidade e o sacrifício das donzelas, diz que se passou numa cidade da Líbia e que o rei oferecia a filha Sabra em casamento a quem matasse o dragão. “Ao ouvir a história, Jorge ficou determinado em salvar a princesa. O dragão, ao ver Jorge, sai de sua caverna, rosnando tão alto quanto o som de trovões. Mas Jorge não sente medo e enterra sua lança na garganta do monstro, matando-o. Como o rei não queria ver sua filha casada com um cristão, envia São Jorge para a Pérsia e ordena que seus homens o matem. Jorge se livra do perigo e leva Sabra para a Inglaterra, onde se casa e vive feliz com ela até o dia de sua morte, na cidade de Coventry.”

A imaginação é fértil, não?


Barcelona



Queria muito conhecer Barcelona. A Barcelona de Vicky Cristina, é claro, e não a de Biutiful.
Fui em abril, comemorar meu aniversário. A primeira impressão da Praça Catalunha, no caminho aeroporto - hotel, foi de horror – parecia a 25 de Março no sábado (nunca fui lá no sábado, mas pela quantidade de gente que tem nas segundas feiras de manhã, dá prá imaginar…). Aí caiu a ficha de que era fim de tarde de sábado do feriado de Páscoa.

Há muito para ver em Barcelona: o Bairro Gótico e a Cidade Velha, um conjunto medieval maravilhoso, formado por um labirinto de ruelas antigas, onde está a Catedral (origem no século XIII), a Praça Real, o Palácio Major (residência dos reis catalãs), o Museu Picasso, a igreja gótica Santa Maria del Mar, entre muitas outras igrejas, museus, praças e construções igualmente lindas, além de lojas (livrarias e antiquários) e restaurantes.

La Rambla, a rua mais turística, com suas lojas e cafés nas calçadas, vai da Praça de Catalunya até o Monumento a Colón, já no porto e, no caminho, visita-se o mercado La Boqueria.
A Rambla de Mar, para fotos, um café, apreciar os barcos e o perfil da cidade - depois, seguindo o beira-mar, o Passeio de Barceloneta, com praias e bares, leva você à Vila Olímpica.
A Torre de Agbar (numa região bem feia da cidade), é um prédio bem estranho, que parece um supositório, mas aparece em muitos cartões postais da cidade.  À noite, as janelas mudam de cor, formando desenhos.
A cidade também tem um Arco do Triunfo com um lindo passeio arborizado, que vale a visita.


Aí, vamos às obras de Gaudi – no Paseo de Gracia (chiquérrimo), a Casa Milá (La Pedrera) e Casa Batló; ou a Sagrada Familia, a catedral que ficou inacabada, mas que eles ainda pensam terminar, tentando seguir o “estilo” Gaudi. Todas essas obras são apreciáveis por fora - se você quiser entrar, enfrente 2 horas de fila. Ou vá ao Parque Guell, projetado e executado por Gaudi, no seu característico estilo.
(Aqui, um parênteses: Gaudi é Deus em Barcelona. Não ouse desgostar de nada que ele criou – e se você achar que a Sagrada Família parece um castelo de areia molhada, daqueles que as crianças fazem nas praias, ou que tem um aspecto tétrico, guarde para si.)
Barcelona tem avenidas largas e arborizadas, e é bem gostoso passear pela cidade, com seus prédios de arquitetura espanhola marcante. Mas, como toda cidade turística, está, infelizmente, lotada de ……... turistas!!!
Mas, fazer o quê?? Finja que é um deles, e siga em frente!!!!