sábado, 26 de setembro de 2009

Frutas











Você só percebe como as frutas no Brasil deixam a desejar quando tem a oportunidade de comê-las fora. O turista até pode comer uma aqui ou acolá, mas é improvável que compre e experimente laranjas, cerejas, morangos, pêssegos, etc. como se estivesse em casa. Mas quando você mora aqui, e as frutas fazem parte da sua vida, você nota a diferença de cor, tamanho e sabor.

Nunca gostei de morango no Brasil – achava sem graça e tinha sempre que vir acompanhado de açúcar ou chantily ou outra coisa doce, para dar um pouco de gosto à fruta. Aqui, os morangos são quase pretos, enormes, suculentos, e não há como não gostar – e comer – MUITO!

As épocas das frutas são bem definidas, e você vai acompanhando o aparecimento dos primeiros morangos, caros e ainda não tão bons, até ficarem quase pretos, enormes, deliciosos e, quando eles começam a rarear, vem aquela explosão de cerejas e você compra e come 1kg por dia, e quando elas começam a diminuir e encarecer de novo, você tem que enfrentar os pêssegos, que derretem na boca.

Nem falei das ameixas (escura e branca), melões de diversos tipos, melancia, tangerina – mas acho que já dei uma idéia. Agora estamos na época das uvas, de todos os tamanhos, cores, tipos.

É uma delícia antecipar as temporadas, acompanhar o aparecimento e desfrutar dessas frutas maravilhosas!

Curiosidade: o limão aqui é amarelo e não verde como no Brasil – então é muito engraçado comprar detergente de limão amarelo ou tomar Coca limão com a embalagem com detalhes em amarelo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Marketing e Humor

Bom, se eu fosse mesmo falar do marketing português já iria encerrando por aqui.

Porque marketing é uma coisa que eles desconhecem – ou então ainda não atingi o QI necessário para poder entendê-los. O mesmo se dá com os programas de humor, que são impossíveis de assistir. Os portugueses não conhecem ironia, cinismo, sutilezas – pra eles é tudo ao pé da letra e é por isso que tanto as propagandas como as piadas são de um primarismo (pra não dizer mau gosto) inacreditável.

Por exemplo, eles anunciam remédio para diarréia, gases, etc, na televisão – e em horário nobre!! (pensando bem, é um problema que pode atingir qualquer um – vai ver eles é que estão certos).

Na campanha de verão para cuidados com a diarréia, o slogan era: “Porque há vida além da casa de banho”, viu? Se você não se cuidar, vai passar o verão no banheiro.

Na propaganda de remédio contra gases eles mostram mulheres com barrigas inchadas, sofrendo (ainda bem que não mostram na hora do alívio).

Numa de remédio para intestino preso, a mulher sai de casa e tem que voltar correndo para ir ao banheiro, porque tomou o remédio (sem comentários).

E tem uma de celular onde um “gajo” constrói uma máquina que fica martelando sua cabeça, porque ele não comprou um celular ultima geração.

Os exemplos são inúmeros e quando vemos um anúncio bom, pode crer que é de empresa mundial e a propaganda não foi feita aqui.

Os programas humorísticos, então..... O de maior sucesso aqui chama-se “Gato Fedorento” e posso passar horas em frente à TV sem esboçar sequer um sorriso – isso quando entendo a piada. Não é um humor irônico, não é um humor sequer pastelão. Você pode não gostar do humor da “Escolinha do Professor Raimundo” ou da “Praça da Alegria” (cito exemplos que conheço), mas é humor.

Para terminar, alguns nomes sugestivos e bem escolhidos para os produtos ou lojas daqui:

Água mineral – Das Pedras Salgadas (dá vontade de tomar, né?)

Água mineral – Carvalhelhos (fácil de pedir)

“Talho” (açougue) – Casa da Matança (genial!!!)

Loja mais chique de Cascais (com grifes D&G, Dior, Prada, etc.) - Loja das Meias

Loja de instrumentos musicais – Ruído

Vinhos – Cabeça de Burro / Pata na Burra / Casaca de Ferro / Quinta dos Currais

Quem sabe com o tempo eu começo a “perceber”??

Ai, melhor não, né??

domingo, 13 de setembro de 2009

Piroças

Na verdade, não sei se é Piroças ou Pirossas, mas o som é o mesmo e acho que nunca ninguém se importou com a ortografia.

Piroças é um cachorro de Cascais. Tem vários aqui desse tipo: cachorros que até tem dono, tem coleira, mas passam o dia na rua, dormindo na porta das casas e andando de lá pra cá.

O problema desses cachorros é que, como eles mesmos se passeiam, deixam seus “presentes” pelas ruas – uma coisa que me impressionou aqui, pois a cidade é muito limpa, mas os cocôs dos cachorros ficam expostos (ano passado houve até uma campanha de conscientização, pois não são todos que saem às ruas com os saquinhos para recolha dos dejetos).

Em Praga, ao contrário dos saquinhos plásticos, eles usam saquinhos de papel que vem com uma pazinha de papelão dentro – vi até um cachorro que carregava, ele mesmo, ao lado da dona, o seu saquinho – muito civilizado!!!

Em Cascais (não sei se tem nas outras cidades) tem um serviço da Prefeitura de coleta de cocôs soltos – um cara numa moto com uma espécie de aspirador, vai passando e “sugando”.

Perto de casa tem um outro cachorro “da rua”, chamado Spot (collie) – mas este, embora também saia pra passear na praça e volte quando quer, é muito bonito, bem cuidado, amoroso e faz festa pra todos – até eu, que não sou muito chegada, adoro ele.

No nosso caminho pra ginástica cruzamos sempre com 3 cachorros: um pequeno, preto e horroroso, com o pelo velho e gasto, que apelidamos de Tapete, pois é o que ele parece, largado na porta da casa. Os outros são uma dupla, um preto e um bege, que “pertencem” a outra casa. O preto, que parece pai do Tapete, é o Piroças.

Íamos subindo a rua e um homem passeava seu cachorro à nossa frente, quando vimos, do outro lado da rua, uma portuguesa (das antigas) com os dois cachorros maltrapilhos. Imediatamente, o preto atravessou a rua em direção ao outro cachorro, e a dona gritou: “Piroças, anda cá, Piroças!!”. E ele, apesar de velho, sujo e maltratado, é obediente, e voltou.

Bom, nem consigo imaginar de onde foi tirado o nome desse cachorro, mas a cadelinha bege, companheira dele, só pode ser a Buquetas!!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Expressões

Logo que chegamos aqui, ano passado, começamos a ouvir ou ler expressões que não conseguíamos entender – algumas, pela lógica ou sentido da frase, dava até para descobrir o significado – mas outras..........ficávamos trocando idéias do que poderia ser.

Eles estão-se nas tintas (se lixando) prá alguma coisa, e se a coisa está mesmo lixada (ferrada), não há o que fazer, a não ser que tudo termine em águas de bacalhau (não dê em nada / termine em pizza). Mas gostam imenso (muito) se uma coisa é de borla (grátis) e se alguém tiver algo para si, não se assuste, mas si é você!

No verão é melhor pedir a ementa (cardápio) sentado na esplanada (mesinhas na rua / ao ar livre), para uma imperial (chopp), um gelado (sorvete), uma sandes (sanduíche) de fiambre (presunto) ou uma tosta (torrada). Isso se não te deixarem especado (parado feito um poste) à espera de um lugar, o que não tem a menor piada (graça).

Após muita passadeira (esteira) no ginásio (academia), seu rabo (bumbum) estará em cima para o verão; você vai estar giríssima (giro, gira = cool, fofo, legal) no seu fato de banho (maiô, bikini, calção), e vai receber muitos piropos (galanteios).

E andando no passeio (calçada – você atravessa na faixa pedonal - peões = pedestres), olhando as montras (vitrines), poderá ver fatos (ternos), fato-macaco (macacão) de ganga (jeans), camisolas (camisetas / camisas), lindas malas (bolsas) ou cuecas (calcinhas).

Na praia, se você estiver tramado (em apuros) na água, é o banheiro (salva-vidas) quem vai te socorrer (eles também dizem nadador-salvador). Nunca peça para ir ao banheiro, ok? – se calhar (se der, pode ser, se for possível, talvez, etc., etc.), o melhor é pedir pro “banheiro” vir até você, se ele for fixe (= giro).

E SFF (Se faz favor = por favor), se for à casa de banho (banheiro), não esqueça de puxar o cataclisma (descarga) da retrete / sanita (privada).

Ri-te a séria!!! (Ria prá valer) A não ser que sejas parvo (idiota - parvo é quem faz parvoíce) e tomes uma tareia (surra); magoou (machucou)?: use um penso rápido (band-aid – penso = curativo).

Para os adeptos (torcedores), não há a menor hipótese (chance) de não assistir um particular (amistoso), em directo (ao vivo) no ecrã (tela) da TV (cinema = grande ecrã).

Percebeste (entendeste) tudo??

Uma vez vimos numa reportagem que alguém não dava cavaco às melgas, e resolvemos perguntar para um conhecido que nos olhou, pensou e respondeu: “Ora, dar cavaco às melgas é....... dar cavaco às melgas, pois!!!”

Ah, bom! Então tá!!

ET: melga é aquele mosquitinho cricri e não dar cavaco às melgas é não ligar pras críticas, não dar ouvidos aos comentários, aos chatos.