sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Amsterdam
Costa linda e tempo feio
República, Corrupção e Eleições
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Festas do Mar II
Falei das Festas do Mar numa das minhas primeiras postagens.
Final de agosto, alto verão (este ano com uma lua cheia linda!), turistas, comidas típicas, shows, fogos de artifício.
Mas a Festa está bem diferente da primeira que vi aqui, perdendo a característica de “festa do interior”. Reduziram a quantidade de barraquinhas de comida e aumentaram a quantidade de shows - agora são 2 por noite. O que deveria ser bom, mas não é. Pois a maior parte é de bandas de rock português – muito barulho, letras horriveis e zero de melodia. Com exceção do Fado, nenhuma musica portuguesa é conhecida fora do pais.
Para sobreviver, as bandas vivem de fazer digressoes (turnês), sempre a convite das Câmaras Municipais (Prefeituras). Se fossem vender ingressos para shows acho que não iria ninguém. Como em Cascais, diversas cidades promovem festas com shows de artistas, pagando “um galão, uma tosta e o dinheiro do auto-carro” ou, em brasileiro “um copo de café com leite, um pão com manteiga e o dinheiro do ‘busão’”.
Até o Toni Carrera, rei da musica pimba (brega), é estrela propaganda de uma grande rede de supermercado, que patrocina shows dele em grandes eventos, com entrada franca.
Mas, além das bandas de rock, tivemos 2 noites com fadistas e, ponto alto da festa, JOSÉ CID!!!! A praça, a praia, as ruas estavam LOTADAS de portugueses!!!!
Ele entra no palco de bata, echarpe no pescoço, óculos escuros, um puta barrigão e uma peruca comprada na 25 de março (que pelo menos não era preto graúna, mas grisalha como o - pouco - cabelo dele), senta-se ao piano, que tem um candelabro de cristal em cima, e mostra que é o ELTON JOHN português!!!
O público vai à loucura………………..
Todos (menos eu e meu marido) cantam as suas músicas, das criancinhas sentadas nos ombros dos pais às velhinhas que chegaram cedo e pegaram lugar na fila do gargarejo.
Mas ele realmente é simpático e divertido, canta bem, tem músicos ótimos e, além das baladinhas romanticas portuguesas, canta versões de sucessos estrangeiros (Paul Anka, Jerry Lee Lewis, Elvis Presley, etc.) – veja o video com “O Vira”.
E este ano tivemos 3 shows brasileiros!!
Daniela Mercury (que eu não gosto), Papas da Lingua (que eu nunca tinha ouvido falar) e Martinho da Vila (que eu……bem, Martinho da Vila é Martinho da Vila e você, goste ou não, ache brega ou não, vai cantar junto – é só começar a música que centenas de pezinhos brasileiros – incluindo os meus – começam a sambar).
Mesmo que você não curta nada disso, não dá para não se divertir com as crianças enlouquecidas atrás dos balões coloridos, não dá para não aproveitar a noite gostosa e a lua linda, e não dá para não ver a queima de fogos, que é sempre linda!! (veja vídeo)
Madrid
Fomos à Madrid no final de Julho. Calor insuportável, só dava para andar à sombra. Mesmo após as 18hs ainda enfrentávamos um calor forte (39º). Muitas vezes recorremos ao metro, que leva você a qualquer lugar (aliás, é TÃO civilizado chegar no aeroporto e ir de metro para seu hotel!!).
Madrid tem muitos lugares bonitos para visitar, e andar pela cidade é muito gostoso. Muitas praças, parques, museus e prédios art-noveau & art-deco em abundância.
Andar pela Gran Via já dá mostra do quanto a cidade tem a oferecer. Principal avenida, a Gran Via está fazendo 100 anos (veja história, prédios, fatos e fotos em http://granvia.esmadrid.com).
Principais pontos: Palácio Real, Museo del Prado, Museo Reina Sophia, Plaza Mayor, Jardim Botanico, Praça das Cibeles, etc.
Visitamos também o Templo de Debod, santuário dedicado aos deuses Amon e Ísis - construído há 2 mil anos e doado pelo Egito à Espanha em 68, foi remontado e inaugurado em 72, no meio de um parque alto, com vista sobre parte da cidade.
Comer tapas e bocadillos e tomar cañas (chopp) faz parte da cultura local, fácil e rapidamente adotada por nós, mas, de preferência, fora dos lugares turísticos.
Outro lugar que não se pode deixar de visitar é o Parque Sabatini – um parque muito grande, com um lago enorme, muitas flores, plantas, fontes e estátuas e dois palácios: o de Cristal e o de Velasquez.
Passeando por este parque, fomos convidados a participar de um programa matinal da televisão espanhola (algo como, imagino, Ana Maria Braga). Na verdade, fomos convidados a degustar algumas frutas, o que aceitamos prontamente - mas isso estava condicionado à participação na emissão ao vivo, que iria falar da importância do consumo de frutas na dieta diária. Mas, por aquelas enormes e deliciosas cerejas, figos, melancia, melão, pêssegos, etc., valia a pena pagar esse mico!!!
Barraquinha montada, alguns turistas arrebanhados no parque e era só, ao sinal, avançar (com educação) nas frutas, enquanto o apresentador ia entrevistando algumas pessoas – fugi do apresentador, mas fui pega num momento de distração (ou gula) e tive que responder a perguntinhas tipo de onde eu era, se eu gostava das frutas, etc,. etc.. Perguntas em espanhol e respostas em bom e sonoro português já que, como já disse, não falo “portunhol” nem que a vaca tussa. Márcia Pires Pogliani arrasando na TV espanhola!!!
O ponto triste da viagem foi ver, em consequência da crise, muita gente ferrada nas ruas, ou vendendo bugigangas, ou oferecendo serviços (tipo massagem) aos turistas, ou apenas mendigando e dormindo nas ruas.
Na Plaza Mayor tinha todo tipo de cantores, músicos, performáticos, pedintes, etc. O que mais me chamou a atenção foi um homem vestido de Homem Aranha – gordo, barrigudo, com uma fantasia que era uma malha, camiseta e máscara vermelhas, desenhadas a mão com caneta Pilot e que pedia dinheiro para posar para fotos em que ele fazia “poses” – seria cómico, se não fosse trágico!!
Mas a crise passa, e a Espanha continua na nossa preferência (ainda não conheço Barcelona!).
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Valencia
Continuando nossa saga espanhola, no começo do mês fomos a Valencia e ficamos apaixonados. Valencia é linda – o centro histórico é gracioso, muitos monumentos e construções belíssimas (catedral, mercado, estação de trem maravilhosa, com azulejos, mosaicos e vitrais). A cidade é bem servida de transporte público (ônibus, metrô e tram) e tem uma grande ciclovia. Nosso hotel ficava num bairro novo, perto do Palácio dos Congressos, avenida larga, arborizada e florida, cheio de prédios novos, residenciais e de escritórios, além de vários hotéis. Valencia tem também uma grande e bonita Cidade Universitária.
O ponto alto da cidade é o antigo leito do rio Turia, hoje seco e transformado em parque; corta a cidade e a enche de verde. Este rio foi desviado depois de grande inundação em 1957 que vitimou uma centena de pessoas e alagou a cidade. Tem quase
Além de espaço para crianças, os Jardins do Turia tem pista de corrida, caminhada e de bicicleta, quadras de esportes, salas de exposições, auditórios abertos e, às suas margens, museus (Museu de Belas Artes) e centros culturais, o Palácio da Música e a Cidade das Artes e Ciências, inaugurada em 98 – moderno e belíssimo complexo arquitetônico, dedicado à divulgação científica e cultural, composta por 5 elementos principais: o Hemisfèric (planetário), o Umbracle (jardins com plantas selvagens ), o Museu das Ciências Príncipe Felipe (centro de ciências interativo), o Oceanográfic (aquário) e o Palácio das Artes Rainha Sofia (programação de ópera).
É claro, tem também a área do porto, com construções mais antigas e características e a praia, com hotéis e restaurantes, onde se pode comer a famosa paella valenciana - com vista para o mar.
Em Valencia, todas as placas são escritas em 2 línguas: o espanhol e o valenciano (que, muitas vezes, lembra o francês). Exemplos: Dejen sslir / Deixeu eixir ou Salida de socorro / Eixida de socors.
Pontos negativos: tem muito mosquito – e nem era ainda alto verão – uma amiga que morou lá disse que tem muita barata (ainda bem que não vi nenhuma).
Outro ponto é o famoso horário deles, que não combina com o nosso – cuidado para não perder a hora do almoço (fecham tudo para a siesta) e não invente de jantar cedo, porque 20/20:30hs eles começam a arrumar as mesas para o jantar.
Playboy em Portugal
A Playboy portuguesa começou a circular apenas em abril de 2009 e logo logo começaram a aparecer artigos reclamando do “pouco” que mostravam – afinal, é ou não é uma revista masculina??? E eles queriam ver aquilo que realmente interessava!!!
Veja comentários em alguns blogs sobre a revista:
“Portugal continua a ser um país pudico. E é por isso que a falta de ousadia na capa do primeiro número da Playboy portuguesa não me surpreende: optaram sensatamente por uma imagem mais suave que não ofende o nosso apurado sentido do pudor”.
“As fotos são bastante sensuais e sexys, apesar de Mónica Sofia não aparecer completamente nua”.
“Rita Mendes é a capa do quarto número da Playboy Portuguesa. A ex-apresentadora fez um ensaio fotográfico bem sensual para a revista e, embora não apareça completamente despida, mostra muita coisa”.
E, ao contrário das brasileiras, são poucas as portuguesas que querem ficar nuas – esse é outro problema: dificuldade para arranjar mulheres dispostas a rechear as páginas da revista por uns trocados. Digo trocados porque o preço base são 800 euros – repito 800 euros!!!
Essa foi a quantia que ganhou uma professorinha de Mirandela em Trás os Montes (lá bem no perdido interior atrasado de Portugal), que foi afastada de suas funções de professora de música na escola primária e enviada para o arquivo municipal (com a promessa de não ser recontratada para o próximo ano letivo), depois de sair na edição de maio da revista. Ganhou até um grupo de apoio no Facebook, mas não foi perdoada.
Sim, concordo que ela tem o direito de fazer o que quiser, mas também acho que em certas profissões você tem que manter a compostura. A Xuxa, depois que começou a trabalhar com crianças na TV, tentou e tenta ainda hoje comprar os exemplares nas mãos de colecionadores de quando foi capa da Status, Ele e Ela e Playboy (tarefa impossível, pois todo o material está na internet).
Duvido que tenha chegado alguma revista Playboy lá em Mirandela – como será que a direção da escola descobriu? Algum pai “antenado” mandou vir de Lisboa e foi pedir autógrafo prá ela na porta da escola?
Bruna Real, a pelada, disse: “O que eu fiz foi apenas tirar umas fotos e não vejo por que não posso voltar a dar aulas. Eu não fiz mal a ninguém”. Ela ganhou o equivalente a um mês de salário mas, é claro, o objetivo era alavancar-se para o trinômio atriz / modelo / apresentadora!!! Na sequência da polêmica fez um outro ensaio sensual e mudou a fala: “.....sinto estar perto de concretizar o meu sonho de ser modelo fotográfico. Ao posar nua para a Playboy perdi algumas coisas, mas ganhei muitas outras. Não me arrependo de nada do que fiz.”
Acabei de ler uma notícia aqui (não sei se verdadeira) que diz que a Cléo Pires vai posar na Playboy por 450 mil euros. Quanta diferença, né?
Se tivesse uma Playboy Sênior, ou Playboy 50ona, eu também posava.
Por 450 mil euros, numa praia linda, com coqueiros, sol, águas deslumbrantes e MUITO photoshop!!
Espanha
Adoro a Espanha. É um país alegre, colorido e caliente. Ano passado estivemos duas vezes lá, em viagens de carro.
Visitamos, da primeira vez, Salamanca, Toledo, Córdoba, Sevilla, Badajoz (que é bem na fronteira com Portugal). Cidades maravilhosas – fica difícil escolher uma.
Da 2ª vez, estivemos em Torremolinos, Isla Cristina,
(terra do jerez ou xerez) e Vejer de
A arquitetura espanhola (com grande influência moura) é muito bonita. E o povo, muito acolhedor. É claro que nem pense em atrapalhar-lhes a siesta. Abrem tarde, fecham no máximo às 15hs (almoce correndo e não bobeie, porque não fica NADA aberto) e só reabrem lá pelas 18hs.
Eu tinha um pouco de cisma com a língua, pois odiava o lance de falar “portunhol” e me incomodava as pessoas que falavam “usted pode me fazer um favor?” achando que estavam arrasando na língua. Além disso, não conseguia entender patavina do que eles falavam.
Mas, aos poucos, fui me habituando. Hoje já não me assusto mais – talvez seja pelo curso intensivo que faço aqui diariamente com o português - consigo entendê-los e, se nada der certo, solto um inglês básico e tudo se arranja.
Estivemos agora há pouco em Valencia (veja outra postagem) e já programamos Madrid para julho – depois eu conto.
sábado, 22 de maio de 2010
Vela Oceânica
Rolou aqui em Cascais, semana passada, a 1ª etapa do Circuito Audi MedCup de Vela Oceânica, edição 2010. Foram 6 dias de evento, incluindo 5 regatas em cada uma das categorias – TP52 Series e GP42 Series. Uma logística fabulosa, desde o transporte dos veleiros, até os “boca-livre” para os convidados (incluindo barco turístico que acompanhava as regatas de perto).
Mas mesmo para os “simples mortais” havia um Village com entretenimento para crianças, brindes, shows e telão acompanhando a competição. O tempo estava maravilhoso e o vento, de encomenda para as regatas.
O circuito é composto de 5 etapas, de maio a setembro - inclui, nesta edição, Cascais, Marseille (França), Barcelona e Cartagena (Espanha) e Cagliari (Sardenha – Itália).
As regatas são do formato Barlavento (contra) – Sotavento (a favor), sendo uma das provas uma regata costeira – viram quanta coisa eu aprendi?
A Marina de Cascais estava toda transformada para receber as equipes e material de apoio. Cada time possui um container que é um verdadeiro armazém / oficina – de cordas a tornos, furadeiras e máquinas de costura, eles têm tudo lá dentro para reparos e ajustes nos veleiros.
Entre os competidores da MedCup há 14 medalhistas olímpicos, sendo que dois deles são os brasileiros Torben Grael e Robert Scheidt, skippers do barco italiano Luna Rossa patrocinado pela Prada (barco que já competiu numa final da America’s Cup) – o veleiro não esteve bem nesta etapa e chegou em 9º lugar. Falamos e tiramos fotos com eles que, além de ótimos velejadores, são muito simpáticos.
O ganhador do Troféu de Portugal foi o veleiro Emirates Team New Zealand (vencedor do circuito de 2009).
Todas as informações sobre as etapas, barcos, tripulação, resultados e muitas fotos lindas você pode ver no site www.medcup.org
terça-feira, 18 de maio de 2010
Vinhos
Desde os remotos tempos em que dividia minhas primeiras garrafas de vinho com minha amiga Silvia, muita coisa mudou. Naquele tempo, ela tinha 20 e poucos e eu, 20 e muitos. O vinho era muito ruim, mas a companhia era muito boa.
Acho que na minha 1ª separação o “ex” levou o saca-rolhas que prestava, pois o que eu tinha em casa não funcionava muito bem. Na verdade, não funcionava nada bem. E, depois de quebrar a rolha, tínhamos que arrancá-la com faca, ou empurrá-la prá dentro. Nesse procedimento muitas vezes chegamos a quebrar o gargalo da garrafa - coar o vinho se tornou obrigatório, para retirar cortiça e caquinhos de vidro.
Mas deu prá perceber que nossa vontade de tomar vinho era grande, né?
De lá prá cá, bebo vinhos melhores (e também tenho um saca-rolhas melhor).
Aqui em Portugal bebemos muito. Socialmente, é claro. Social e religiosamente, todo almoço é acompanhado por um bom vinho. Tintos, brancos, verdes, rosés, espumantes. Gostamos de todos, experimentamos sempre novos e repetimos nossos favoritos.
Tomar vinho é mais barato, e saudável, que tomar coca-cola. E sempre existem promoções fantásticas no mercado: vinhos com desconto de até 60% ou leve 2 pague 1. E são várias as regiões portuguesas produtoras de bons vinhos: Douro, Dão, Alentejo, Sado, Ribatejo, Tejo, Lisboa, Carcavelos, Minho, Beira Interior, etc. Temos na sala um “arquivo morto” (garrafas vazias), com um exemplar de cada uma já bebida.
O jornal Publico, aqui de Portugal, traz um suplemento semanal - a revista FUGAS - cujos temas são lazer, viagens, restaurantes, bares, hotéis, carros e vinhos!!! A seção Vinhos é grande e aborda vários assuntos: lançamentos de novos vinhos; comentários sobre as safras, regiões e plantações; prova de vinhos com comparativos e custo-benefício.
No último fim de semana Pedro Garcias escreveu uma crônica que vale comentar. Ele esteve em São Paulo, para a Expovinis Brasil, constatou que se bebe muito vinho português no Brasil e se chocou com o preço que cobram por eles nos restaurantes (aliás, também se escandalizou com o preço das refeições). Do produtor português à mesa do consumidor brasileiro o preço é, no mínimo, 12 vezes mais caro – claro, existe o custo do transporte, comissão da empresa de trading, (altos) impostos brasileiros, promoção, lucro do importador e margem final da garrafeira (loja) ou do restaurante – mas nada explica os absurdos: citou um vinho que sai daqui do produtor a 6,50 euros e está à venda num restaurante brasileiro a 160 euros!!!.
Lembro de um curso que fiz em São Paulo há alguns anos com uns amigos (Silvia incluída), de Enogastronomia – ou seja, degustação de vinhos com comida. Foram 3 jantares muito bons, em que comi e bebi bem, mas não lembro sequer de uma recomendação recebida (minto, lembro sim: vinho do porto combina com chocolate – mas isso eu á sabia!!) – era tanta “cor, corpo, taninos, gostos de frutas, de madeira, etc., etc., esse vinho com isso, aquele com aquilo outro”, que uma hora eu perguntei: “nós viemos aqui prá comer e beber ou prá conversar??” Afinal, não é um simples curso que te dá o conhecimento e a apreciação, mas o consumo cotidiano (e, de preferência, desde a tenra juventude). E sem muitas frescuras, pois como conta meu marido, seu avô provava o vinho e dizia: “buono” ou “non buono” – e é o que basta!!