sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Caras

Aposto que você vê Caras – digo vê, porque Caras não se lê. Não adianta dizer que “não, imagina, eu só leio Proust”, porque há de algum dia ter caído na sua mão – no cabeleireiro, dentista, médico – algum exemplar e você, meio encabulado (falo no masculino porque a mulherada já perdeu a vergonha), olhou pros lados prá ver se tinha alguém reparando, e mandou bala.

Mas, cá entre nós, Caras é mesmo revista prá cabeleireiro – totalmente sem compromisso e você pode até olhar sem óculos, já que só as fotos importam (a não ser que você queira saber a idade de alguma “celebridade”). E os desconhecidos que estão lá? “Fulana de Tal “abre” sua casa em Búzios” – haja imaginação (e gente querendo aparecer) prá encher uma revista por semana. E eu, que não vejo novela (sei, igual a quem não lê Caras, né?), não conheço sequer os artistas “famosos” – os da velha geração até sei quem são, mas a molecada nova, não tenho a menor idéia.

Aqui é diferente - não conheço os artistas portugueses (sei, você não vê novela, né?), mas o forte deles é em cima da realeza européia – então, reis e princesas de Espanha, Inglaterra, Suécia, Mônaco e outros – e suas constantes fofocas (casamentos, brigas, separações, traições) – recheiam a Caras portuguesa. Estou craque nos problemas familiares da turma de Espanha!!

Até pouco tempo, em Portugal, havia limitações para dar nomes aos recém-nascidos. Só podia Manuel, Pedro, Maria, Beatriz e mais quatro ou cinco. Depois abriram um pouco e até houve uma onde de Andréias e Vanessas (influência brasileira), mas eles ainda são bem conservadores neste ponto. E, como eles não aceitam nomes em língua estrangeira, também adaptam / traduzem os nomes da realeza. Assim, a rainha Elizabeth é rainha Isabel, o Charles é príncipe Carlos, a princesa Margareth é Margarida.

Caras, em qualquer lugar do mundo, é só prá ver e passar o tempo.

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