quinta-feira, 25 de março de 2010
Sotaques e Influências
O mesmo aconteceu com a gente em Portugal, porque, embora – teoricamente - seja a mesma língua, o português fala um língua dura, quase sem vogais, que eles comem em abundância. Ex: o jogo é “cisivo” = decisivo; o tempo está “xclente” = excelente.
Parece que estão sempre a brigar, e não apenas conversando, com seus “chiados” constantes (acho muita graça e reconheço de onde vem o carioquês: um, doisch, treisch, schobe, desche).
Meu marido tem mais dificuldade para entendê-los do que eu. Um dia, na academia, o professor estava ao lado dele conversando sem parar e, depois perguntei a ele do que tanto falavam. E ele: “Não faço a menor idéia, acho que era de futebol!”
Uma influência forte que os portugueses nos deixaram é o uso constante do diminutivo: adeusinho, beijinho, momentinho, cafezinho – eles usam em abundância.
Os portugueses tem uma vantagem na compreensão do “brasileiro” (excluindo as expressões, que tem que ser explicadas) que nós não temos: o canal da Globo e as novelas brasileiras, que fazem o maior sucesso aqui.
No começo do ano passado, Sonia Braga esteve em Portugal para a inauguração de um shopping, e, relembrando o passado, mostraram o sucesso que ela fez na época em que “Gabriela” era a novela da vez e, simplesmente, parava o país no horário de exibição – até a Câmara suspendia as sessões para que os deputados pudessem acompanhar a trama. Fizeram uma reportagem nas ruas e todos responderam que assistiam à novela e cantaram, num jogral desafinado: “Gabriééla, sempre Gabriééla – eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou sempre assim, vou ser sempre assim, Gabriééla, sempre Gabriééla”!!.
Desde esse tempo os portugueses seguem as nossas novelas - no momento estão encantados, e assistindo sem perder um capítulo, a novela “Viver a Vida” (fui me informar porque, você sabe, eu não vejo novelas). Dizem que as novelas portuguesas são “parvas” e as nossas, muito “giras”!!
sexta-feira, 12 de março de 2010
De Volta
E o apartamento tem que ser “mobilado” (cozinha equipada, utensílios, roupa cama e banho), já que só trazemos 2 malas com roupas (uma para cada um). Na primeira vez, eu estava em pânico – “Como assim levar só UMA mala de roupa? – Afinal, são SEIS meses!!!”. E meu marido dizia: “Márcia, você não está indo pra Uganda, você está indo prá Portugal – você pode até não acreditar, mas qualquer coisa que você precisar, você encontra lá para comprar”. Cedi, nervosa e a contra-gosto, mas vi que ele tinha razão. O bom é que, na hora de ir embora, é só juntar as coisas (deixando prá trás o que não queremos mais), ir para o aeroporto e repetir tudo no ano seguinte.
Outra preferência, é que o apartamento seja no 1º andar, já que é difícil encontrar prédios com elevador na Cascais antiga. Nosso apartamento é num prédio bem antigo, que tem uma linda fachada de azulejos portugueses. Está todo renovado e é muito gostoso, amplo e ensolarado. Mesmo sendo no 1º andar, a escadinha não é mole não. Mas mantém as pernas firmes e fortes.
O tempo é que não anda muito bom. Os cascaienses estão a reclamar, já que se acostumaram a um inverno ameno. Este ano fez muito frio e choveu muito: começou em dezembro e ainda não parou (o normal é chuva só em janeiro). E há 24 anos que não chovia assim.
Ou seja, pegamos uma semana de boa chuva, mas nesta terça abriu um dia lindo de inverno, com céu azul e muito frio! E embora a previsão fosse de chuva prá ontem e hoje, não choveu. Espero que tenha mesmo parado. Cascais é muito mais bonita com sol!
PS: Teleco, estou de volta!!