sábado, 19 de março de 2011

Fettunta










Meu marido vivia se lamentando de saudades da fettunta – que ele não comia desde que saiu da Itália.


Cada vez que ele via um forno a lenha na casa de alguém falava: “precisamos fazer uma fettunta aqui”. Mas nunca dava jeito…….

Até que, aproveitando o “calor intenso” (típico dos nossos Reveillons) que fez em Atibaia na virada do ano, fizemos a famosa fettunta na casa de Silvia e Walter.
Do italiano fetta (fatia )+ unta (untada), a fettunta é feita com pão italiano amanhecido, cortado em fatias que são mergulhadas em azeite com alho picado. Após escorrer, são levemente tostados num forno a lenha – saídos do forno, coloca-se uma fatia de salame milanês em cima.
A fettunta é “cozinha de pobre” – assim como a feijoada (feita com as partes do porco que não eram aproveitadas – pé, orelha, rabo, etc), a polenta e tantas outras delícias, surgiu da necessidade e da criatividade de quem não tinha dinheiro prá comprar “comida boa” para alimentar a família.
Quando sai a primeira fornada, você pega a sua e corre para comer escondido num canto, antes que você perceba que ficou sem e vai ter que esperar a próxima leva. Come-se um, dois , três, …. no décimo você começa a achar que já está exagerando, …. mas você só pára quando vê que aquela montanha de pão que você tinha preparado… já era!!!
Ah, é claro, comida para dias frios, acompanhado de um bom vinho tinto e ao lado de grandes amigos!

Carnaval


Eu juro que nem sabia que existia carnaval em Portugal.
Sempre chegamos aqui em março e esta é a primeira vez, desde então, que o carnaval não cai em fevereiro.
Obviamente que os carnavais daqui e do Brasil são coisas incomparáveis. Nada a ver com escolas de samba e passistas peladas, que é noticia aqui e no mundo todo. Aliás, há muito tempo que bailes em clubes e carnaval de rua foram substituídos pelos desfiles de escola de samba feitos prá televisão e pela muvuca na ruas – barulho, cerveja e muita pegação (será que estou ficando velha?).
Aqui, me lembrei dos carnavais da minha infância, onde a gente se fantasiava e ia prá rua jogar confete no vizinho. (É oficial: estou ficando velha!!)
Em Cascais, me disseram, havia um “corso”, mas faz tempo que parou de sair. Um dos poucos lugares que ainda mantem a tradição é Torres Vedras, cidade perto de Sintra, onde todos saem às ruas “mascarados” (aqui eles não se fantasiam, eles se mascaram), cantando antigas marchinhas, e onde o ponto alto são enormes bonecos que representam pessoas públicas, principalmente políticos – me lembrou o carnaval de Olinda (será que ainda é assim?).
Foi muito gostoso ver as crianças de super-heróis, ninjas, princesas e bichinhos, andando pelas ruas e curtindo suas fantasias.
Vejam que zebrinha fofa é a Carolina da foto.

Castanhas

















A primavera começa no dia 21, mas, depois de 3 meses de calor e muita chuva no Brasil, ainda pegamos um friinho gostoso aqui. Um pouco de chuva – afinal, ainda é inverno – mas já pegamos dias ótimos de sol.
O que me surpreendeu foi ver as barraquinhas de castanhas nas ruas.
Vamos começar do princípio:
Uma época que adoro aqui é quando o inverno vem chegando e as castanheiras ficam cheias – fico ansiosa porque sei que logo logo poderei comer castanhas assadas na brasa. Por € 1 compra-se 6 castanhas. Elas vem num saquinho duplo – num lado vem as castanhas, no outro, você joga as cascas. Uma delícia!! Pena que engorda tanto….
Fim de inverno e ainda se vê barraquinhas nas ruas – a safra foi boa e como sobrou bastante castanhas, os vendedores estão aproveitando o restinho de frio prá acabar com o estoque.
E tome esteira prá dar conta disso………