sábado, 22 de maio de 2010

Vela Oceânica














Rolou aqui em Cascais, semana passada, a 1ª etapa do Circuito Audi MedCup de Vela Oceânica, edição 2010. Foram 6 dias de evento, incluindo 5 regatas em cada uma das categorias – TP52 Series e GP42 Series. Uma logística fabulosa, desde o transporte dos veleiros, até os “boca-livre” para os convidados (incluindo barco turístico que acompanhava as regatas de perto).

Mas mesmo para os “simples mortais” havia um Village com entretenimento para crianças, brindes, shows e telão acompanhando a competição. O tempo estava maravilhoso e o vento, de encomenda para as regatas.

O circuito é composto de 5 etapas, de maio a setembro - inclui, nesta edição, Cascais, Marseille (França), Barcelona e Cartagena (Espanha) e Cagliari (Sardenha – Itália).

As regatas são do formato Barlavento (contra) – Sotavento (a favor), sendo uma das provas uma regata costeira – viram quanta coisa eu aprendi?

A Marina de Cascais estava toda transformada para receber as equipes e material de apoio. Cada time possui um container que é um verdadeiro armazém / oficina – de cordas a tornos, furadeiras e máquinas de costura, eles têm tudo lá dentro para reparos e ajustes nos veleiros.

Entre os competidores da MedCup há 14 medalhistas olímpicos, sendo que dois deles são os brasileiros Torben Grael e Robert Scheidt, skippers do barco italiano Luna Rossa patrocinado pela Prada (barco que já competiu numa final da America’s Cup) – o veleiro não esteve bem nesta etapa e chegou em 9º lugar. Falamos e tiramos fotos com eles que, além de ótimos velejadores, são muito simpáticos.

O ganhador do Troféu de Portugal foi o veleiro Emirates Team New Zealand (vencedor do circuito de 2009).

Todas as informações sobre as etapas, barcos, tripulação, resultados e muitas fotos lindas você pode ver no site www.medcup.org

terça-feira, 18 de maio de 2010

Vinhos









Desde os remotos tempos em que dividia minhas primeiras garrafas de vinho com minha amiga Silvia, muita coisa mudou. Naquele tempo, ela tinha 20 e poucos e eu, 20 e muitos. O vinho era muito ruim, mas a companhia era muito boa.

Acho que na minha 1ª separação o “ex” levou o saca-rolhas que prestava, pois o que eu tinha em casa não funcionava muito bem. Na verdade, não funcionava nada bem. E, depois de quebrar a rolha, tínhamos que arrancá-la com faca, ou empurrá-la prá dentro. Nesse procedimento muitas vezes chegamos a quebrar o gargalo da garrafa - coar o vinho se tornou obrigatório, para retirar cortiça e caquinhos de vidro.

Mas deu prá perceber que nossa vontade de tomar vinho era grande, né?

De lá prá cá, bebo vinhos melhores (e também tenho um saca-rolhas melhor).

Aqui em Portugal bebemos muito. Socialmente, é claro. Social e religiosamente, todo almoço é acompanhado por um bom vinho. Tintos, brancos, verdes, rosés, espumantes. Gostamos de todos, experimentamos sempre novos e repetimos nossos favoritos.

Tomar vinho é mais barato, e saudável, que tomar coca-cola. E sempre existem promoções fantásticas no mercado: vinhos com desconto de até 60% ou leve 2 pague 1. E são várias as regiões portuguesas produtoras de bons vinhos: Douro, Dão, Alentejo, Sado, Ribatejo, Tejo, Lisboa, Carcavelos, Minho, Beira Interior, etc. Temos na sala um “arquivo morto” (garrafas vazias), com um exemplar de cada uma já bebida.

O jornal Publico, aqui de Portugal, traz um suplemento semanal - a revista FUGAS - cujos temas são lazer, viagens, restaurantes, bares, hotéis, carros e vinhos!!! A seção Vinhos é grande e aborda vários assuntos: lançamentos de novos vinhos; comentários sobre as safras, regiões e plantações; prova de vinhos com comparativos e custo-benefício.

No último fim de semana Pedro Garcias escreveu uma crônica que vale comentar. Ele esteve em São Paulo, para a Expovinis Brasil, constatou que se bebe muito vinho português no Brasil e se chocou com o preço que cobram por eles nos restaurantes (aliás, também se escandalizou com o preço das refeições). Do produtor português à mesa do consumidor brasileiro o preço é, no mínimo, 12 vezes mais caro – claro, existe o custo do transporte, comissão da empresa de trading, (altos) impostos brasileiros, promoção, lucro do importador e margem final da garrafeira (loja) ou do restaurante – mas nada explica os absurdos: citou um vinho que sai daqui do produtor a 6,50 euros e está à venda num restaurante brasileiro a 160 euros!!!.

Lembro de um curso que fiz em São Paulo há alguns anos com uns amigos (Silvia incluída), de Enogastronomia – ou seja, degustação de vinhos com comida. Foram 3 jantares muito bons, em que comi e bebi bem, mas não lembro sequer de uma recomendação recebida (minto, lembro sim: vinho do porto combina com chocolate – mas isso eu á sabia!!) – era tanta “cor, corpo, taninos, gostos de frutas, de madeira, etc., etc., esse vinho com isso, aquele com aquilo outro”, que uma hora eu perguntei: “nós viemos aqui prá comer e beber ou prá conversar??” Afinal, não é um simples curso que te dá o conhecimento e a apreciação, mas o consumo cotidiano (e, de preferência, desde a tenra juventude). E sem muitas frescuras, pois como conta meu marido, seu avô provava o vinho e dizia: “buono” ou “non buono” – e é o que basta!!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Montevideo












Conheci o Uruguai quando tinha uns 17 anos e estive em Punta uns 13 anos atrás. Mas a Montevideo só retornei este ano, em janeiro, aproveitando um resto de milhagem que ia vencer. Fomos com um casal de amigos queridos, a Bia e o Zédú.

Foi uma viagem agradável, e o tempo ajudou – havia previsão de tempestade e tufão -pegamos até um pouco de sol e a chuva forte só caiu quando já estávamos embarcando de volta.

Era o fim de semana do desfile de Carnaval deles, chamado Llamadas (mais parecido com blocos do que com escolas de samba). Eles todos animados, dizendo que é o melhor carnaval do mundo, melhor até que o do Rio.

Montevideo é uma cidade agradável, ampla, com bonitos parques, praças, palácios, igrejas, calçadões, e apesar da praia feia, o beira-mar é bem gostoso. Mas é uma cidade que parece parada no tempo; já teve o seu auge, mas hoje tem um ar decadente – nenhuma construção nova, ruas sem placas e carros muito velhos.

Resumindo: é pobre, mas é civilizada.

A zona portuária, como em outras cidades, é renovada e adaptada aos turistas, com mercado, barraquinhas, artesanato, restaurantes; o porto é parada constante de transatlânticos lotados de turistas (na maior parte, brasileiros).

Comemos muita carne e batata frita, tomamos muita cerveja (Pilsen, Norteña e Patrícia) – só de lembrar, acho que vou fazer regime amanhã!!

O serviço social e de saúde deles funciona muito bem, como pudemos comprovar devido a uma crise renal do Zédú - o hotel chamou médico e enfermeiros que fizeram duas visitas, aplicaram remédios e não cobraram nada.

O mais curioso – e estranhíssimo – é o hábito deles de tomar chimarrão. Sei, sabemos que o gaúcho também adora e não fica sem. Mas o problema é que eles, além da cuia do mate, carregam uma garrafa térmica com água quente para renovar o chá. Ou seja, a cuia numa mão, a garrafa na outra (ou debaixo do braço). E carregam o tempo todo, prá cima e prá baixo, e prá todos os lugares: na mesa do café, almoço ou jantar, na rua, na praia, no shopping. E todo tipo de pessoas: velhos, jovens e mulheres. E em todas as situações: conversando, passeando e até namorando - beija, dá uma chupadinha (no chimarrão), beija de novo, outra chupadinha (de novo no chimarrão)!!!

Coisa mais esquisita!!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Itália













Estivemos em Itália no começo de abril e demos a maior sorte, porque no dia seguinte à nossa volta o caos com o vulcão da Islândia já tinha começado.

Nosso vôo chegava em Milão (onde meu marido nasceu), e a idéia era ir a Bergamo (onde ele viveu quando criança) e Firenze (onde ele cresceu e de onde partiu para o Brasil). Mas o tempo feio (muito frio e chuva) prometido (e cumprido) foi fazendo a gente mudar a programação.

Bergamo são duas cidades – Alta e Baixa. Construída em cima de uma rocha, a Cittá Alta de Bergamo é maravilhosa. Foi onde senhores ricos e poderosos se refugiaram para fugir à peste que assolava a cidade no século XV, impedindo o acesso de qualquer pessoa (pobres e ferrados) que pudesse trazer a peste da Cidade Baixa. A Cittá Alta só tem construções antigas, ruas pequenas, e é super preservada. Além da estrada, é ligada à Cidade Baixa por um funicolare.

Acompanhando o mapa meteorológico, desistimos de Firenze e resolvemos ficar só pelo norte, onde o tempo estava melhor. Compramos passagem e fomos de trem para Como, que fica na ponta mais baixa do lago de mesmo nome, e é uma cidade de veraneio chique. Li que o George Clooney está vendendo sua villa em Como, por não agüentar mais o assédio dos papparazzi e fãs (será que foi por isso que ele fez cara feia prá mim quando me viu correndo em sua direção, com a máquina na mão e gritando: Geooorge, eu te amo!??). Subimos pelo funicolare a Brunate, de onde a vista de Como é de tirar o fôlego.

De Como fomos para Padova, que também é uma cidade que vale a visita. Em Padova está a enorme Basílica de Sto Antonio – até hoje os portugueses brigam com os italianos pela “posse” do santo, pois alegam que Sto Antonio era português, apesar de ter feito sua “carreira” em Itália (como se isso fizesse muita diferença).

A última parada foi em Verona, terra de Romeu e Julieta. Eu já tinha estado em Verona, mas não tinha lembrança do quanto é linda. A cidade é cortada pelo rio Adige, e oferece inúmeros pontos de visita: praças, igrejas, construções antigas – e a sua Arena Romana, na praça central, é o centro das atrações turísticas.

Não preciso contar que comemos e bebemos MUITO bem. E olha que a mesa portuguesa é muito saborosa! Mas a comida em Itália é imbatível. É lógico que fugimos dos restaurantes turísticos (panini e pizza) e procuramos pequenos restaurantes familiares (trattoria, osteria), com os pais na cozinha e os filhos servindo às mesas. Comemos uma polenta ao molho de funghi, que meu marido disse estar “quase” igual ao da Nonna. Falando em polenta, um prato típico de Bergamo (de tradição veneta) é a polenta e osei (codorninha no espeto). E hoje eles fazem a versão “doce” - veja a foto e babe!