sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Amsterdam













No começo de setembro fomos a Amsterdam - uma capital pequena e encantadora, toda cortada por canais (são 165 ao todo) e com 1281 pontes (algumas levadiças, que permitem a passagem de barcos maiores). É uma cidade plana, abaixo do nível do mar, e tem um sistema de diques e canais que impede que seja inundada.
A maior parte da cidade é de pequenos prédios grudados um ao outro – todos diferentes em largura, altura e formato (uma cidade feita de “lego”), mas que compõe um visual impressionante. Na verdade, esses pequenos prédios de apartamentos ou escritórios parecem se escorar para não cair – não são poucos os que cederam para o lado ou para a frente e só não caem porque o do lado não deixa.
São mais de 6.800 edifícios dos séculos XVI, XVII e XVIII, igrejas, 51 museus (Museu Rembrandt, Museu Van Gogh, Museu Anne Frank e até uma filial do Hermitage russo, entre outros). O Palácio Real estava todo enfaixado, passando por uma limpeza geral e por isso não o vimos direito.
Nada é de um colorido forte, mas a cidade é cheia de cores. Li num blog que você se sente em casa em Amsterdam – e é verdade. Talvez por ser uma cidade acolhedora, civilizada, aberta para todos, cheia de parques, com vida noturna, muita diversidade cultural, cafés e restaurantes.
Os canais são cheios de barcos, casas-barco e até casas flutuantes. Todos bem cuidados, com detalhes charmosos, sempre com muitas plantas e flores. Aliás, como eles tem um inverno rigoroso, imagino que manter e cuidar de flores nesta época seja um grande prazer. Cada janela tem um vaso de flor, cada pedacinho de terra está aproveitado, criando, às vezes, um minúsculo jardim onde até um banco ou cadeiras são colocadas para desfrutar o tempo quente e a vista da cidade.
Os happies e encontros acontecem nos cafés e bares à beira dos canais, mas também nos barcos que vão navegando com as pessoas a bordo bebendo e conversando, jantando, ou até cantando em pequenos barcos perigosamente apinhados de adolescentes (veja vídeo). Vimos também festas de casamento rolando nos barcos.
Amsterdam tem 738 mil habitantes e 600 mil bicicletas, que têm prioridade absoluta no trânsito. É impressionante como todos se movimentam de bicicleta, prá todos os lados e de forma alucinante, na maior velocidade (veja vídeo feito no sábado, quando o movimento era menor). Atenção é fundamental, principalmente para nós, incautos turistas. Muitas bicicletas são enfeitadas (flores ou fitas), pintadas, com bolsas laterais, caixotes ou cestas de palha, banquinhos; algumas puxam ou empurram carrinhos para crianças; as pessoas levam compras, flores, crianças, pastas, quadros; andam de terno, salto alto, minissaia, capas, e até com guarda-chuvas abertos quando chove pouco (não imagino como seja o uso das bikes no inverno ou debaixo de aguaceiros), falam ao celular, conversam com alguém andando ao lado e dão carona. Vimos muitas as bicicletas abandonadas pela cidade – não sei se as pessoas compram novas e largam essas ou não se lembram de onde as pararam e elas ficam esquecidas para sempre.
No sábado, havia muitas pessoas fantasiadas pelas ruas (diabos, coelhinhas, anjos, caras pintadas, etc.) – não sei se estavam indo ou voltando de alguma festa, se era um festival, ou o dia nacional de se fantasiar ou ainda apenas porque era sábado e ainda era verão!!
No fim de semana bebe-se muito. Já na 6ª os mercados vendem caixas e caixas de cerveja, numa reposição louca. E, no sábado à noite, ruas movimentadíssimas, todo mundo fora de casa, jantando e tomando cerveja.
E, é claro, passamos pelo Red Light District, ou o Bairro das Putas. As casas tem luz vermelha na porta, vitrines com cortinas, que ficam fechadas quando se está trabalhando ou abertas, para exposição da mercadoria. Algumas moças (melhor seria “velhas”) muito feias e gordas, mas também muitas mulheres bonitas e gostoooosas (como diria meu marido), em reduzidos shortinhos ou biquínis.
Não vimos os diques, não vimos as famosas tulipas, não vimos moinhos, não compramos tamancos e não fumamos haxixe nos “coffee-shops”, onde é tolerado o consumo consciente da erva (até 5g por pessoa). Mas também não vimos um único pobre ou pedinte nas ruas e curtimos MUITO esta cidade charmosa e acolhedora.


4 comentários:

  1. Muito bom! Me transportei para lah!!

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  2. Adoro seu blog Marcia! Me da ainda mais vontade de voltar para a Europa!

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  3. Oi Márcia!
    Longe da assiduidade desejada, vou acompanhando seu Blog.
    Interessante é que a existência dele faz você presente em meu dia-a-dia(muiot mais que se vc estive por aqui!).
    Tem a pontinha de culpa sim, por não estar postando algo inteligente e participante....Mas o forte mesmo é a sensação de encantamento....através dos seus depoimentos posso compartilhar sua vivência.....delícia...faço meus planos para uma futura viagem...rever Portugal e a França...meus países prediletos...completamente diferentes que igualmente falam ao meu coração!
    Muito bem! Aguardo (e encomendo!) uma aventura na França ......não na óbvia Paris(claro tb é mega!!).....mas sul a França meio interior...vai e conta para gente!
    Bjs

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  4. Agora todo mundo vai descobrir...que eu não sabia postar um comentário! aqui é tudo muito corrido...tentei uma, duas, três vezes e acabei mandando por e-mail para você!
    É uma delícia "passear" com você! dá vontade de conhecer tudo isso! bjs
    Leila

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